A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) aumentos nos preços dos combustíveis nas refinarias. O diesel subiu quase 25% e a gasolina, quase 19%.
Teve fila nos postos de gasolina de Teresina, de Campo Grande, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte.
Os reajustes anunciados pela Petrobras entram em vigor a partir de sexta-feira (11) nas refinarias, mas ainda não é possível saber quanto vai ser repassado nos postos.
O litro da gasolina passa de R$ 3,25 para R$ 3,86, alta de 18,8%; o óleo diesel sobe de R$ 3,61 para R$ 4,51, um aumento de 24,9%; e o botijão de gás de 13 quilos passa de R$ 50,18 para R$ 58,21, uma elevação de 16%.Ao anunciar os reajustes, a Petrobras informou que não havia repassado de imediato a alta dos preços do petróleo e derivados das últimas semanas. Ao todo, foram 57 dias sem aumentos na gasolina e no diesel; e 152 dias no caso do gás de cozinha.A alta dos preços do petróleo se agravou depois da invasão militar da Ucrânia pela Rússia e se reflete no mundo todo. Mas a escalada dos preços dos combustíveis no Brasil vem de longe.
Em 12 meses, os reajustes medidos pelo IBGE registraram alta superior a 42% no preço da gasolina, mais de 45% no litro do óleo diesel e 31% no preço do botijão de gás.
Os impactos da alta dos combustíveis atingem a economia de uma forma geral, e o orçamento doméstico em particular. Toda vez que há um reajuste, os custos do setor produtivo são repassados. E quem paga a conta é o consumidor.“Depois de um congelamento, ainda mais que esse congelamento foi feito e, logo depois, o preço do petróleo no mercado internacional subiu muito, evidentemente a gente está tendo um reajuste muito pesado. A gente vai ter um impacto geral do ponto de vista dos efeitos inflacionários nesse último aumento”, explica Helder Queiroz, professor do Instituto de Economia da UFRJ.
Ficou mais difícil para o saxofonista Miguel Angelo, que tenta ganhar a vida no Rio como músico e motorista de aplicativo.
“Os eventos estão voltando, estou começando a trabalhar de novo, mas acaba que interfere diretamente no meu trabalho, porque, às vezes, a gasolina está tão cara, que eu vou gastar tanto para botar no carro que nem vale a pena eu sair de casa”, diz.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, mesmo depois desse reajuste, ainda há uma defasagem em relação ao mercado internacional, de 8% para gasolina e de 9% para o diesel.
Miguel corre atrás para continuar levando música para os clientes sem tanto prejuízo. “A gente negocia com o cliente, faz uma carona coletiva, mas desistir a gente não vai, porque a gente é brasileiro”, afirma.
Fonte: https://g1.globo.com/
Fotógrafo: Michael Brito