Os consumidores norte-americanos começaram a estocar mercadorias de sites chineses, como Shein e Temu. A ideia é evitar a onda de aumento de preços que deve alcançar as plataformas após a implementação das tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo o jornal norte-americano "The New York Times", esses consumidores têm feito publicações nas redes sociais, preocupados com a mudança nas tarifas e seus possíveis efeitos nos preços dos produtos.
Alguns influenciadores também fizeram vídeos que viralizaram nas redes, mostrando a chegada de suas compras ou alertando seus seguidores a comprarem na plataforma antes de 2 de maio, quando novas tarifas sobre essas importações passarão a valer.
Tamika Johnson, uma influenciadora de 44 anos de Chicago, é uma das consumidoras norte-americanas que publicaram sobre o tema nas redes, indicou o "The New York Times".
O anúncio de que novas taxas passariam a valer sobre as importações dessas plataformas vêm em linha com a agenda protecionista que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem implementado desde o início do seu mandato.
A decisão veio por meio de uma ordem executiva assinada pelo republicano nas últimas semanas, e não apenas coloca fim à brecha que isentava de impostos produtos de empresas chinesas — como Shein e Temu —, como também triplica o valor da taxa imposta sobre as importações nos EUA.
Antes, encomendas com valor inferior a US$ 800 (R$ 4,7 mil) não eram taxadas. Agora, esses pacotes devem receber um imposto de até 90% do valor total.
Com isso, a tendência é que os produtos vendidos nessa plataformas fiquem mais caros para os consumidores dos Estados Unidos. E esse cenário já teve, inclusive, repercussão no resultado dessas companhias.
Segundo dados da Bloomberg Second Measure divulgados pela Bloomberg News, por exemplo, as vendas dessas duas plataformas dispararam nos EUA em março já nos primeiros dias de abril.
E a expectativa é que esse quadro se intensifique, conforme continuam a crescer as tensões entre EUA e China. Na terça-feira (15), a Casa Branca divulgou um documento em que informava que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático.
Fonte: Redação g1 — São Paulo
Fotógrafo: g1