Fertilizantes, defensivos agrícolas em geral e combustíveis vem ficando mais caros para o agricultor e o uso de tecnologias digitais pode contribuir na melhor gestão destes custos. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP, no orçamento médio para produção de soja na safra 2022/2023, calculado em outubro/2022, eram necessárias 10 sacas a mais que no mesmo mês de 2020 e uma saca a mais que em outubro de 2021.
Outro dado, calculado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, aponta que, na média, o Custo Operacional Efetivo da produção de soja aumentou 34,6% na safra 2021/2022 em relação à 2020/2021. Para a produção de milho, houve aumento de 31,1% na safra verão e 56,7% na segunda safra entre 2020/2021 e 2021/2022.
Apesar de não ter controle sobre os custos dos insumos, por exemplo, os produtores rurais podem usar ferramentas que otimizam o seu uso, especialmente quando se trata de recursos como sementes, fertilizantes, defensivos, maquinário, combustível, horas de trabalho da equipe e recursos naturais, e, dessa forma, mitigar efeitos de aumento de preços. A tecnologia digital é uma das soluções que está mudando a forma como os agricultores gerenciam seus investimentos na produção.
“A digitalização é um marco importante na agricultura, já que traz mais assertividade na tomada de decisões, possibilita a redução custos em função do uso mais racional dos insumos, assim como o aumento da eficiência e da produtividade. Os mapas gerados a partir de imagens de satélite e drone, por exemplo, permitem que os agricultores tenham acesso a dados reais sobre as condições das plantas e do solo, umidade, temperatura e outros fatores que afetam a produção agrícola. Em algumas situações, até em tempo real”, pondera Ricardo Arruda, gerente técnico do xarvio®, marca de agricultura digital da BASF.
As tecnologias digitais oferecem uma série de soluções para ajudar o agricultor no dia a dia da gestão da fazenda e da safra, com a geração de dados que devem ser levados em conta na hora da tomada de decisão. Entre os recursos disponíveis no mercado, destacam-se:
Monitoramento da lavoura: realizado a partir de imagens geradas por sensores, satélites e drones, traz dados sobre as condições das plantas e do solo, oferecendo uma visão mais aprofundada de cada uma das áreas cultivadas para que o agricultor trace a melhor estratégia de manejo, ajustando a aplicação de insumos, como defensivos, reguladores de crescimento e maturadores com base nas necessidades específicas de cada talhão.
Nutrição da lavoura: imagens de satélite para mapear a variabilidade do solo de cada talhão e realizar a aplicação de fertilizantes em taxa variável de acordo com as necessidades específicas, de forma que maximize a produtividade.
Irrigação inteligente: sensores e medidores de umidade do solo são usados para controlar sistemas de irrigação, fornecendo água apenas onde e quando for necessário.
Modelos de previsão: algoritmos de aprendizado de máquina podem prever o crescimento das plantas, permitindo que os agricultores planejem a compra de insumos com base na demanda futura.
Comportamento do consumidor agrícola
Dados da pesquisa “A Mente do Agricultor Brasileiro”, realizado pela consultoria McKinsey & Company mostram que o agricultor brasileiro é considerado pioneiro no uso em tecnologias digitais: aproximadamente 50% dos produtores do país já adotam ou estão dispostos a adotar soluções que tragam maior precisão na tomada de decisão e nas estratégias de manejo. Outro ponto interessante destacado pelo estudo é que somos os que mais adotam práticas sustentáveis na agricultura, parte delas motivadas pela digitalização, como a aplicação de fertilizante em taxa variável, que 51% já fazem ou pretendem fazer nas próximas safras.
“A tendência que observamos no campo é um aumento contínuo no uso de novas tecnologias digitais que trazem resultados reais no campo”, comenta Arruda, trazendo como exemplo a plataforma FIELD MANAGER, do xarvio: “a economia de insumos no controle de plantas daninhas a partir do nosso mapeamento via drone tem média acima de 60% no cultivo da soja e algodão, incluindo a redução significativa no volume de água necessário para a diluição dos produtos nas aplicações. Em dessecação (soja e trigo) e desfolha (algodão), a economia média é de 30%. E os mapas para aplicação de regulador de crescimento na cultura do algodão chegam a gerar uma economia média de 25%”.
Fonte: noticiasagricolas
Fotógrafo: noticiasagricolas